Hospital Geral de Palmas concentra atendimentos de alta complexidade — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Os moradores do Tocantins precisam percorrer em média 94 km para conseguir tratamentos de saúde simples, como consultas ao dentista ou exames clínicos, por exemplo. Para atendimento de alta complexidade, como cirurgias e tratamentos contra o câncer, a distância média a ser percorrida por cada tocantinense sobe para 202 quilômetros. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

O IBGE fez o levantamento em todo o país. A pesquisa é realizada a cada 10 anos e se chama 'Regiões de Influência das Cidades' (Regic). O levantamento de dados em campo foi realizado em 2018, mas as conclusões foram divulgadas nesta sexta-feira (26).

O próprio instituto alerta que as distâncias reais podem ser ainda maiores, porque o levantamento leva em consideração a distância em linha reta do ponto de origem até o local mais próximo onde a especialidade médica está disponível. Mesmo assim, o Tocantins está em uma das melhores posições da região Norte.

Para atendimento de baixa e média complexidade, a média de deslocamento do Tocantins é a mais baixa da região. Já para os de alta complexidade, ele fica com o segundo melhor resultado entre os estados do Norte. Em todo o país, o único estado com deslocamentos médios inferiores a 40 km é Santa Catarina.
Hospital Regional de Araguaína concentra atendimentos na região norte — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O IBGE também destacou que a maior parte dos municípios do Tocantins está na área de influência de Goiânia (GO) e que a principal via de ligação para a cidade é a partir de Palmas.

A pesquisa também mediu a chamada 'hierarquia urbana', que delimita o alcance da influência das cidades como centro de compras ou serviços para outros municípios. Em relação ao levantamento anterior, realizado em 2007, 93% das cidades do estado não tiveram alteração. As mudanças foram um aumento da centralidade em Gurupi, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional, além da região que concentra as cidades de Tocantinópolis, Augustinópolis e também Porto Franco (MA)

Já Palmas apresentou crescimento da chama da 'atração direta'. Isso quer dizer que a cipital tem sido mais procurada por moradores de outras cidades para serviços. O fenômeno foi observado em municípios do norte e do sul do Tocantins, assim como cidades de fora do estado, como Santana do Araguaia (PA), Confresa (MT) e Vila Rica (MT).

A ideia do levantamento é que ele seja usado no enfrentamento a pandemia. "É possível identificar, por exemplo, municípios onde podem ocorrer superlotação das unidades de saúde. Os órgãos poderão correlacionar com a quantidade de respiradores e verificar pontos no território menos assistidos, julgando necessária a instalação de pontos de atendimento. São inúmeras as possibilidades de uso dos dados", explica o gerente de Redes e Fluxos Geográficos do IBGE, Bruno Hidalgo.



Fonte: G1